O Tempo Que Não Muda


Começamos distraídos e por acaso nos apaixonamos, era amor de menino, ou melhor de meninos…
Era o primeiro. Achávamos que éramos almas gêmeas, inseparáveis; ligados pelo amor e todas essas outras coisas. Nos dávamos bem, quer dizer... nem sempre pra ser mais exato. Nossos olhos nos davam conforto, conforto esse que não temos mais.
Por ironia do destino, participamos de uma típica novela da vida real; nos apaixonamos, nos declaramos, namoramos, realizamos nossas fantasias, fomos felizes até chegar a desconfiança, o ciúme, a raiva, o desconforto e então sermos levados a vingança e depois terminarmos tão rápido quanto começamos. Como um breve suspiro que ao começar logo está no fim. Dizem que o primeiro amor é para sempre... pra sempre lembrar. Falam que o verdadeiro amor dura uma vida, às vezes até mais. De quantas vidas preciso para esquecer você? pra te fazer sumir de vez, da minha mente, dos meus sonhos, pra sair de mim.
Hoje estando separados, nós nos perderemos, iremos errar, acertar, cair e ser derrubados, iremos evoluir. Em segredo iremos acompanhar nossas respectivas vidas de uma sala de estar, pensando talvez quando poderia acontecer um reencontro, uma surpresa! Como seria? Seria como quando nos vimos? Você tentando ser notado por mim, enquanto eu estava tentando ser notado por você! Ou talvez iremos agir como dois estranhos, sem nos olhar, tocar, ou acenar de longe e sair andando que nem as pessoas fazer quando querem evitar uma conversa com um vizinho chato. Talvez como bons amigos, com braços abertos e grandes sorrisos, só para sentirmos de novo, mesmo que por alguns segundos os nossos corações baterem juntos por uma última vez.
Seremos eternos em nossas lembranças, mesmo distantes, mesmo perdidos, mesmo não sendo mais tão inocentes. Nossas histórias ficarão guardadas em uma caixa dentro de nós, assim saberemos que um dia, não hoje ou amanhã, mais um dia, abriremos essa caixa e veremos os bons momentos de sorrisos e gargalhadas, de guloseimas exageradas na madrugada, de um abraço... do último abraço... e iremos chorar com saudade, com tristeza... 
Nem Pandora resistiria a uma caixa dessas... nossos conceitos mudaram; nossas opiniões também; nossas vidas, esperanças, sonhos e tudo sobre nós; sabemos do tempo, do seu e do meu e do seu que não muda, pelo menos ainda não mudou, mas com o tempo ele muda, ele vai mudar… o tempo muda.

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